quarta-feira, 7 de abril de 2010

Seleção e o dilema da convocação

Por Tiago Melo*

Fala-se a todo instante no meio jornalístico esportivo sobre a convocação da Seleção Brasileira que ocorrerá no dia 10 de maio. Faltam pouco menos de 30 dias. Na última segunda-feira (05), assisti o programa Bem Amigos da Sportv, que tem como apresentador Galvão Bueno. Entre os convidados estavam dois ex-craques da Seleção, Clodoaldo e Rivelino. Ambos estiveram na Copa de 70 e fizeram parte de um dos melhores times da Historia de Copas do Mundo. Se não a melhor seleção de todos os tempos.

Antes de falar sobre o acontecido no programa, sempre achei que o Dunga, técnico da seleção, deveria dar mais uma chance ao Ronaldo Gaúcho. Tudo isso para se ter uma melhor opção no banco de reservas durante a Copa do Mundo deste ano na África do Sul. Talvez estivesse exagerando, até porque tirando a Copa de 2002, o Gaúcho pouco fez pela Seleção quando vestiu amarelinha. Mas, como o técnico Dunga mesmo falou, a convocação aconteceria de acordo com o momento atual vivido por cada jogador em seus clubes. E o Gaúcho, por exemplo, anda carregando o Milan nas costas há um bom tempo. Ou posso citar a má fase do nosso único meia armador, que na verdade é um meia ofensivo, o Kaká, que anda muito mal no Real Madrid. E ainda por cima aparenta passar por um problema de lombalgia. Mesmo assim tem vaga garantida.

Voltando ao programa notei que não fui o único a pensar desta forma. Além do Ronaldo Gaúcho, os convidados, em especial Clodoaldo e Rivelino, acrescentaram o Paulo Henrique Ganso e o Neymar, ambos do Santos. Falaram da fragilidade do meio campo quando a nossa Seleção enfrenta uma equipe que joga fechada e fica apenas estudando e esperando uma chance para matar a partida. Tudo isso, por saber que nas últimas partidas a seleção que tentou jogar de igual por igual com a Brasileira na “era” Dunga - grande parte - foi goleada. Que o diga a Argentina. Sofreu duas goleadas em 3 jogos disputados e um empate.

Eu acredito no trabalho do Dunga, só que não vejo uma melhor saída para seleção, caso percamos Kaká e Robinho durante uma partida por contusão ou até mesmo por marcação. Fica a pergunta: durante uma partida em que a Seleção não consiga sair da forte marcação adversária quem o Dunga colocaria para forçar a mudança na estratégia tática adversária?

Concordei com o Clodoaldo quando ele falou que o Dunga está certo em dar total credibilidade e confiança aos seus titulares, mas que deveria ter melhores opções no banco de reservas. E não se privar em levar para Copa do Mundo apenas um meia de criação, que na verdade não é meia, e sim praticamente um terceiro atacante, que é o Kaká. E o Julio Batista, outro que o Dunga leva para posição, há muito tempo atua como atacante no Roma, e não como meia de oficio, da forma que o mesmo anda sendo convocado.

Talvez o Paulo Henrique Ganso ou até mesmo o Hernanes do São Paulo poderiam se encaixar neste meio de campo ou serem levados para dar melhor qualidade ao nosso banco de reservas. O Ganso para cadenciar e armar as jogada e o Hernanes, que faz a ponte entre a defesa e o meio de campo, poderia surgir como surpresa no ataque, assim como faz no São Paulo.

Repito: Concordo com o trabalho do Dunga, mas, assim como todo torcedor brasileiro é também um técnico afirmo: precisamos de uma melhor análise no elenco completo que vai à Copa.

Algumas seleções já sabem como nos parar. Lembram da fraca África do Sul, na Copa das Confederações? E dos Estados Unidos na final? Vencemos com gol de bola parada. Temos que ter melhores opções no banco.

Na minha modesta opinião minha Seleção titular já estaria completa. Com Júlio Cesar, Maicon, Ruan, Lucio e André Santos, Felipe Melo, Ramires, Gilberto Silva e Kaká, Robinho e Luiz Fabiano. Respeitando o trabalho do Dunga que teve um dos melhores desempenhos nos últimos anos como treinador a frente da Seleção. Para completar a lista dos 23 e fortalecendo o banco de reservas com jogadores de melhor qualidade técnica, seriam, na minha ótica:
Hélton do Porto e Victor do Grêmio (goleiros);
Daniel Alves do Barcelona (lat. Direito);
Alex Silva do Hamburgo e Luisão do Benfica (zagueiros);
Marcelo do Real Madrid (lat. Esquerdo);
Elano do Galatasaray e Hernanes do São Paulo (volantes);
Ronaldo Gaúcho do Milan e Paulo Henrique Ganso do Santos (meias);
Nilmar do Villareal e Adriano do Flamengo (atacantes).

Eu não sou técnico da Seleção, mas posso tirar o proveito e encaixar os meus pensamentos com os comentários de craques do passado, como os de Clodoaldo e do Rivelino. De uma coisa eu sei: não estou sozinho nas minhas opiniões.

*Tiago Melo apresenta todos os domingos a partir do meio dia o programa De Primeira, na Rádio Cariri, ao lado de Clélio Soares, Leonardo Alves e Gustavo Ribeiro.

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